Fumo um cigarro. Afinal, Deus fuma. Percebo agora a existência das nuvens.
Medito, aqui no cimo do meu céu, sobre o som dos meus neurónios imcunbidos de trabalhar. Chego a uma rápida conclusão persuasiva.
Na vida só existem duas coisas. Ambas intocáveis. Como neutrões, os fantasmas.
O amor.
O amor que sentimos pela pessoa amada.
O amor que sentimos pelos amigos.
O amor que sentimos pelo nosso pequeno mundo.
E o presente.
O presente, o tempo que vai sendo, que vai passando a todo o instante e vai querendo ser futuro. Porque o presente não morre.
Porque ele não nasce.
O amor e o presente. As duas coisas que existem realmente nas nossas vidas.
Sorrio.
O amor e o presente do tempo.
Tão verdade que até dá para brincar com esta dualidade do conceito vida, o Amor Presente. E pensar que a maior oferta, (como se fosse embrulho que abrimos todos os dias) que temos nas nossas vidas se chama simplesmente amor.
Olho o cigarro. Suspiro. Oiço Sigur Rós pelo Ipod.
Tornamo-nos reféns deles. Da vida. Do amor.
Somos escravos do presente. Sem ele não existe passado, não existe futuro.
Não existe nada.
Post Deus Scriptum: Nem o cigarro que foi futuro quando o desejei, presente quando o fui fumando, e as cinzas, o nada que lhe marca o passado.